quarta-feira, junho 07, 2006

A violência da imagem ou... a imagem da violência.

Em um momento inicial uma primeira imagem impressiona o retina de nossos olhos. Uma imagem do cotidiano, singela em sua simplicidade. Um onibus com pessoas sentadas, algumas em pé, bonés na cabeça outras não. Algumas de cabeça baixa, ar de cansaço e sonolentas. Um policial fardado viajando também em pé, aparentemente sem tratamento especial devido ao posto de autoridade. Em uma primeira análise uma cena comum em nossas cidades no fim de um dia de uma cansativa jornada de trabalho, durante a volta ao lar de cada um de nós. Porém tudo muda quando percebe-se que muitos estão com o mesmo boné, e tratam-se de pessoas presas após um frenesi de violência desenfreada contra o legislativo brasileiro em manifestação promovida pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra, o MLST, mais uma sigla de um movimento de luta pela igualdade social para todos. Igualdade que é esquecida durante a maré de barbárie e pancadaria gratuita e injustificada, igualando-os a qualquer outro criminoso em nosso país. Igualdade essa que não é muitas vezes concedida, haja visto que atos semelhantes a esse são praticados no Brasil a vários anos sem repressão ou punição e tendem a aumentar, alimentados pela certeza da impunidade e complacêcencia com os que os praticam.
Uma segunda imagem que marca o dia não é uma foto, mas televisiva, tristeza e desamparo em movimento. Um pai se movendo a esmo em um pedaço de calçada e uma mãe desconsolada, sentada no meio fio da mesma calçada. Impactados, chocados, violentamente agredidos por descobrirem que a origem dos DOIS violentos assaltos sofridos por eles em seu lar, o planejamento e a ordem para tais atos, estava em sua filha de dezessete anos. Atingidos por tal revelação como se por um raio, ou uma borduna indígena, representando a selvageria dos selvagens "civilizados", mais brutos que os próprios silvícolas. Baqueados, feridos e totalmente as cegas, como baratas tontas, sem rumo, com suafamília que estava destroçada como um ninho de passarinho derrubado da segurança da árvore e esmagado com selvageria por pés insensíveis.Dois momentos de um caos e violência social que a cada dia fermenta e explode em nosso país de forma incontrolável e crescente. Devemos parar e pensar em como somos responsáveis por isso e muito mais em nossa sociedade. Cada um dos personagens e atores dessas imagens são elementos constituintes do nosso povo, não vieram de Marte ou qualquer outro planeta. São nossos vizinhos, amigos e parentes. Somos nós, e portanto nós devemos dar o primeiro passo em direção a mudança em nós e nossa sociedade. Passo em direção a uma sociedade que busque recuperar e repensar seus valores, que busque voltar-se em direção a Deus e uma vida mais igualitária sim, com igualdade não só em seus direitos, mas também em seus deveres. Fatos como esses ou como as chacinas, fatos ifelizmente já tão comuns no Rio ou em São Paulo, onde as trevas do racismo ainda reinam, que levam nossos jovens e adolescentes, o maior e melhor bem de qualquer povo e nação.

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