Negra tumba na escuridão do caixão,
Negro destino de vida curta.
Cova rasa que encurta a existência,
Em caminho que cruza com quem não tem clemência.
Negra noite de encontro com a morte,
Na escuridão da favela sem sorte.
Negro nasceu, negro viveu,
Na noite escura talvez morreu..
Macaco safado ! Preto fedorento !
Neguinho ladrão ! Nego pestilento !
Se não faz na entrada, faz na saída !
Pretos de alma branca, existem poucos !
Vidas que se cruzam nas ruelas,
Vivendo, tentando sobreviver a elas.
Viver no gueto da favela, sobreviver ao perigo das vielas,
Vivendo uma vida que não resiste as mazelas.
Gueto onde são como ratos malditos,
Perseguidos como pragas, exterminados !
Exterminadores que surgem das trevas da noite,
mas a luz do dia caminham na escuridão do asfalto.
Racismo maldito ! Exclusão maldita !
Estampado em faces negras de nosssos garotos.
No rosto afro de nossa gente,
Duplamente excluídos pela discriminação maldita !
Narizes chatos, lábios grossos,
Olhos negros, profundas janelas da alma.
Cabelos crespos, de negritude brasileira,
Negra pele de sonhos jovens brasileiros.
Desaparecidos, mortos talvez,
Não dá pra silenciar.
Brasil , olhe-se no espelho !
Tu tens muitas faces Brasil !
Vivos, quem sabe ?
Enquanto se pode, deve haver esperança,
esperança de que a juventude não mais siga assim,
Discriminada, exterminada, enterrada,
Por ser negra… favelada.
Autor : Kleverson.
trevas, racismo, preconceito
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