segunda-feira, julho 03, 2006

Paixão é Pathos, patologicamente patológica.

Me aprofundando mais no baú récem descoberto dos meus escritos perdidos e remetido por uma página não tão antiga, parto para mais um amostra do meu eu, um tanto antigo é verdade, mas parte do que eu sou hoje, um viajante no tempo, podemos assim chamá-lo. Enquanto amar é algo decisório em minha opinião, consciente, paixão é pertencente a esfera do incontrolável, dominador, avassalador, até mesmo doentio. Enquanto em várias poesias eu sou o autor e o protagonista é alguém fictício, aqui realmente sou eu integralmente e tanto o texto acima citado quanto o que se segue, são cartas reais, páginas das minhas emocões, minhas paixões, meus sentimentos e portanto, meu coração.

"Duque de Caxias, 02.11.82



Ilana,gosto de você. Sinto algo indescrítivel que não me deixa esquecê-la. Amor, paixão ? Palavras ! Sei o que siginificam, mas não sei o que são. Sei apenas que meus sentimentos em relação a você mudaram. Descobri a mulher que existe em você, ao mesmo tempo poderosa e frágil, criança e adulta. Não é apenas sexo, mas também é muito do coração. Você é desejável, pois é uma bela mulher. Sua pele suave, seu corpo esbelto, seus seios pequenos, seus cabelos perfumados me deixam louco e me excitam. Mas é sobretudo seu espírito que me fascina e me atrai poderosamente.
Revelei-te meus sentimentos, sem grandes esperanças, pois você gostava de outro. Mas como eles já estavam transparecendo, resolvi abrir o jogo. Você foi direta e taxativa: Não ! Embora esta talvez não fosse a sua intenção, você me quebrou. Eu já esperava essa resposta, mas nós sempre temos um pouquinho de esperança.
Como você já sabe, continuamos amigos. Eu tinha a sensação de estar quase curado. Conversei muito com a Rosali sobre isso, ela acabou se tornando meu ombro amigo e consolador, pois foi a primeira a perceber meus sentimentos.
Então, a poucos dias, soube que seu namoro havia terminado. Tentei, não sei se consegui, esconder a alegria que senti naquele instante. Você estava livre e isto fêz renascerem as minhas esperanças. Ao mesmo tempo eu me sentia como se estivesse me prendendo a algo sem futuro e que nunca levaria a nada.
Sábado passado, quando a vi com aquele vestido amarelo, mais bonita do que nunca, senti que nada havia mudado. Tomei então a decisão de falar com você uma última vez. Embora existíssem esperanças, elas eram mínimas. Esperava a sua resposta negativa, como um jato de água fria que me trouxesse de volta à realidade, que me desse forças para esquecer meus sentimentos. Talvez eu tenha te chateado sem perceber, se isso aconteceu espero que você me perdoe.
Talvez eu me ausente por algum tempo, não se preocupe. Você estava me deixando louco. Apesar da grande atração que sinto, sei que não há futuro nisso e não quero enlouquecer. Por isso entregarei ao tempo e a ausência a tarefa de superar esses sentimentos. Espero que ao tornar a vê-la, reste apenas a amizade. Uma profunda e sincera amizade, mas só isso. Até outro dia.
Um pequeno beijo e um abraço carinhoso."



Viram o que faz uma paixão, deixa um cara se sentindo e agindo como adolescente, como um imã em plena ação, atraído e ao mesmo tempo em um pólo oposto repelindo, não querendo mais ver a pessoa origem do campo magnético da sua paixão. Coisas do coração me fizeram ficar assim, desvairado. E não consegui esquecê-la tão fácil e rápido assim, mas ..., azar o meu.


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